Uma iniciativa artística de interesse para ambientalistas, educadores, geógrafos foi publicada esta semana pela artista Britânica Julia Barton, em Edimburgo, Escócia. Trata-se do “Guia de Lixo de Praia” (‘Guide to Beach Litter’ – tradução livre). A publicação reúne o resultado final da pesquisa e trabalho de campo sobre os lixos encontrados nas praias da Escócia e a relação destes resíduos com a paisagem costeira.
A publicação é parte da iniciativa Littoral Sci Art Project e promove um projeto de mapeamento, tanto dos detritos como também do impacto do material descartado em parte do litoral escocês.
Com uma organização primorosa, a “cartilha” trás de um lado ilustrações dos principais tipos de dejetos encontrados no trabalho de campo e, no verso, informações sobre tipos de resíduos encontrados, a origem destes dejetos, os responsáveis, quanto tempo eles resistem antes de se decomporem além de informações da importância de identificá-los, formas de atuar para retirar, denunciar a presença destes materiais para contactar autoridades bem como informações úteis sobre o impacto na fauna e flora costeira.
A artista pretende examinar os volumes crescentes de lixo encontrados nas praias, pesquisando e catalogando o lixo. “Este projeto é minha resposta ao meu medo de me afogar com os detritos. Mesmo praias que parecem limpas pode-se encontrar na areia grãos com fibras acrílicas, restos de cigarros e granulados plásticos”, explica no site do projeto
Plastiagomerados
Outra discussão interessante que o projeto trás para geógrafos e geólogos são as “rochas plásticas” ou plastiagomerados ( tradução nossa de plastiglomerates). Nada masi são que restos de polímeros e compostos plásticos que são muitas vezes vistos como “rochas” a olho nu, mas que são resíduos da indústria química derivados de plásticos pesados e sobre os quais ainda não se tem estudos científicos de como esta “nova categoria geológica” estão impactando a fauna a flora, mas sobretudo a composição de solos.
Para saber mais sobre a discussão das”rochas plásticas” e de como a espécia humana estaria deixando impresso, nas camadas geológicas, nossas indeléveis pegadas , vale a pena a leitura do texto do Blog do Afonso Capela Junior, do Planeta Sustentável.
Enfim uma oportunidade interessante para relacionar Geografia, Meio Ambiente, Paisagem, Mapas e como realizar mapeamento, conscientização cidadã e a produção de materiais de comunicação (folders, cartilhas) com organização das informações e uso de infográficos para sensibilizar a respeito de temas de interesse.
Fonte:
Blog Living Geography, de Alan Parkinson
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